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História de São Paulo Miki e companheiros mártires

São Paulo Miki e seus 25 companheiros são considerados os primeiros mártires do Japão e os padroeiros dos católicos japoneses. Eles foram crucificados em Nagasaki, em 1597, por ordem do imperador Toyotomi Hideyoshi, que iniciou uma violenta perseguição contra os cristãos no país. Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais sobre a vida, a obra e o testemunho desses santos que deram a vida por amor a Cristo.

Quem foi São Paulo Miki?

São Paulo Miki nasceu em 1564, na província de Harima, no Japão. Era filho de um nobre e famoso militar japonês, pertencente a uma família de samurais. Sua família era cristã, fruto da evangelização de São Francisco Xavier alguns anos antes de seu nascimento, de 1549 a 1551¹.

Paulo Miki recebeu sua formação no Colégio Jesuíta de Anziquiama, Japão. Esta formação seria decisiva em sua vida. Estudando no Colégio Jesuíta, Paulo Miki teve a oportunidade de conhecer mais profundamente a fé cristã. Este conhecimento despertou em seu coração o desejo de se tornar jesuíta. Por isso, pediu seu ingresso na Ordem e foi aceito¹.

Por causa de sua capacidade intelectual e, principalmente, dos dons espirituais que recebera de Deus, Paulo Miki conquistava conversões impressionantes e se tornava uma luz em território japonês. Homem de oração profunda, o Irmão Paulo Miki tornou-se um pregador de grande eloquência. Suas pregações arrebatavam os corações e confirmavam os japoneses na fé¹.

Seu desejo de se tornar sacerdote teve que esperar, pois não havia bispo na região japonesa de Fusai. Mesmo assim, Paulo Miki continuou com seu ministério de pregação. Alguns anos depois ele se tornou o primeiro japonês a ser ordenado padre no Japão. Uma vez padre, conquistou inúmeros corações por causa de seu testemunho de humildade e paciência¹.

Por que eles foram perseguidos?

O imperador Toyotomi Hideyoshi simpatizava-se com catolicismo e permitia-o em suas terras. Porém, de repente, tornou-se um feroz perseguidor da fé em Cristo. O motivo foi político. Por ter conquistado a Coréia, o Japão rompeu relações com a Espanha e com todo o Ocidente. Isso motivou uma terrível perseguição contra os mais de trezentos mil cristãos japoneses de então¹. Até missionários franciscanos espanhóis que tinham sido bem recebidos pelo Imperador passaram a ser perseguidos².

Os católicos passaram a ser expulsos do Japão. Muitos, porém, decidiram ficar. E a repressão não tardou. O imperador mandou prender seis franciscanos. Em seguida, prendeu o Padre Paulo Miki juntamente com outros dois jesuítas e um grupo de dezessete leigos companheiros de Paulo Miki e membros de ordens terceiras. Esse grupo de vinte e seis cristãos foi vítima de humilhações e torturas públicas das mais terríveis¹.

Como foi o martírio deles?

O grupo dos vinte e seis cristãos foi levado para Nagasaki. Tanto nas estradas quanto nas cidades foram vítimas escárnio e zombarias. Alguns dos companheiros de São Paulo Miki eram muito novos. Sabemos de alguns nomes, como Tomáz Cozaki, 14 anos; Antônio, 13 e Luis Ibaraki, 11¹.

Em 5 de fevereiro de 1597, no monte Tateyama de Nagasaki, foram pregados e mortos na cruz, 26 pessoas. Seis deles eram missionários franciscanos, três eram jesuítas, quinze eram da Ordem Terceira de São Francisco e dois eram catequistas³. Eles foram crucificados de forma semelhante à de Cristo, com os braços estendidos e os pés atravessados por uma só lança. Além disso, eles tiveram as orelhas cortadas e foram expostos ao público como exemplo de castigo².

Mesmo nos últimos momentos, Paulo Miki anunciou o reino e a conversão, perdoou seus algozes e imitou o Cristo. Ele disse: “Eu vos declaro que não há outro meio de salvação senão o culto dos cristãos. Eu espero que todos vós que estais aqui presentes vos torneis cristãos. Eu vos perdoo de todo o coração, assim como espero ser perdoado pelo Senhor. E, já que vou morrer, vos peço que vos torneis bons amigos do Senhor”².

Qual foi o impacto da morte deles?

São Paulo Miki e seus companheiros foram canonizados no ano 1862, pelo Papa Pio IX. Os ensinamentos e o exemplo que esses mártires deixaram alimentaram a fé dos cristãos japoneses por dois séculos e meio e, depois disso, até hoje, são inspiração e devoção entre todos os católicos japoneses¹.

O Papa Bento XVI, quando era cardeal, em uma homilia dedicada aos mártires disse: “Os relatos sobre o martírio dos primeiros cristãos japoneses assemelham-se de maneira surpreendente ao que sabemos sobre as testemunhas da fé da Igreja primitiva. Não havia neles a menor sombra de fanatismo. Também não percebemos o menor indício de ódio, nem de desespero, nem qualquer dúvida sobre se não teriam apostado num falso Deus, mas apenas uma enorme certeza e uma serena alegria”⁴.

Atualmente, existe um museu dedicado aos mártires na cidade de Nagasaki. Juntamente com uma escultura, em bronze, está também o livro de Luís Fróis sobre o relato do martírio dos 26 cristãos, de fevereiro de 1597. Além desse acontecimento, o museu também traz as cartas de São Francisco Xavier e outros artefatos históricos².

São Paulo Miki e companheiros mártires são padroeiros do Japão, juntamente com São Francisco Xavier⁴. Eles são celebrados pela Igreja no dia 6 de fevereiro, data de seu martírio. Eles nos ensinam a ser fiéis a Cristo até o fim, a amar os nossos inimigos e a testemunhar o Evangelho com alegria.

Fontes

¹: História de Santo Paulo Miki e Companheiros Mártires – Santos e Ícones Católicos – Cruz Terra Santa

²: São Paulo Míki e companheiros mártires, padroeiros do Japão

³: Paulo Miki – Wikipédia, a enciclopédia livre

⁴: A Igreja celebra São Paulo Miki e companheiros, mártires

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